O livro apresenta dados e discussões resultantes de uma pesquisa realizada em cenas de consumo de crack e outars drogas na cidade de São Paulo, na popular e pejorativamente chamada "Cracolândia", um contexto de alta vulnerabilidade social atravessado por inúmeras desigualdades, violências e violações de direitos humanos. A obra descreve as condições de vida e narra as trajetórias sociais, itinerários urbanos, motivações para o uso de substâncias, perspectivas e projetos de vida dos usuários. Além disso, levanta um importante debate a respeito dos efeitos iatrogênicos gerados pelas políticas proibicionistas-repressivas de "guerra às drogas", apontando possíveis caminhos alternativos para a formulação e implementação de políticas públicas e intervenções psicossociais baseadas em evidências científicas, integrativas, efetivas, humanizadas e bioéticas.